O Renault Sandero, um dos hatches compactos mais famosos do Brasil, deu seu adeus em 2025, após 17 anos de estrada. Nos últimos tempos, estava só na versão Stepway, com motor 1.0 aspirado e um visual aventureiro, mas já não brilhava como antes. A Renault decidiu então encerrar a produção lá em São José dos Pinhais, no Paraná, e buscar novos horizontes em nichos mais promissores, investindo na onda dos SUVs compactos, como o novíssimo Renault Kardian.
Apesar do seu fim, a memória do Sandero continua viva entre os fãs que sempre o valorizaram por ser durável, ter um espaço interno excelente e ser super camarada no custo-benefício. Vamos dar uma olhada nessa trajetória do hatch que fez sucesso e entender porque ele é quase um ícone da Renault por aqui.
Começando a História: O Hatch Global
O Renault Sandero surgiu de uma ideia da Dacia, a ramificação romena da Renault que manja de carros baratinhos. Com a mente de engenheiros da França, Romênia e Brasil, o Sandero foi projetado para ser um carro global: acessível, forte e perfeito para quem precisa de praticidade e economia.
A primeira aparição dele foi no Salão de Frankfurt em 2007, como um modelo da Dacia. Meses depois, o hatch aterrissou no Brasil, sendo o primeiro carro da Renault a fazer isso fora da Europa. Ele logo fez frente aos gigantes da época, como Fiat Palio, Volkswagen Gol e Ford Fiesta, e rapidamente conquistou seu espaço, principalmente por seu ótimo custo-benefício e confiabilidade.
Stepway: O Aventureiro das Ruas
Em 2009, surgiu o Stepway, com um apelo mais aventureiro e um estilo que encantou o povo brasileiro. Com pneus mais largos, suspensão elevada e um visual que lembrava SUVs, ele entrou em batalha direta com o CrossFox da Volkswagen, oferecendo tudo isso a um preço bem mais em conta, o que disparou sua popularidade.
Um detalhe curioso: o Stepway foi mostrado no Brasil oito meses antes de ser apresentado no Salão de Barcelona, mostrando que o Brasil era super importante para esse modelo. Ao longo dos anos, a Renault investiu forte na imagem do Stepway, até se atrever a chamá-lo de “SUV compacto”, mesmo a plataforma sendo a mesma do Sandero normal.
A Nova Geração: Chegando com Estilo
A segunda geração do Sandero fez sua estreia na Europa em 2012, mas só chegou aqui em 2014, depois de passar por aquele processo de adaptação. Essa versão trouxe um design mais estiloso, melhorias em segurança e conforto, e uma nova linha de motores 1.0 e 1.6 que eram bem mais eficientes.
No Brasil, a segunda geração do Sandero virou a escolha favorita dos motoristas de aplicativos, graças ao espaço interno amplo e à ótima dirigibilidade. E, claro, continuava sendo super robusto, ideal para as aventuras nas ruas e estradas brasileiras.
Sandero RS: O Espetáculo dos Esportivos
Entre todos os modelos, o Sandero RS foi, sem dúvida, o que mais chamou a atenção. Lançado em 2015, esse hatch esportivo vinha com um motor 2.0 aspirado de 150 cv e torque de 20,9 kgfm, junto com um câmbio manual de seis marchas. Com um peso levinho e ajustes feitos pela Renault Sport, o Sandero RS entregava uma direção empolgante, chegando de 0 a 100 km/h em apenas 8 segundos.
E o melhor de tudo? O preço era bem bacana, custando cerca de R$ 65 mil, muito menos que concorrentes como o Fiat 500 Abarth e o Suzuki Swift Sport. Isso fez do Sandero RS um febre entre os jovens motoristas e os amantes de carros esportivos, garantindo seu título de um dos melhores “hot hatches” acessíveis do Brasil.
O Declínio dos Hatches Compactos
Nos últimos tempos, o mercado de hatches compactos perdeu um pouco de força aqui no Brasil. Modelos clássicos como Volkswagen Gol, Fiat Uno, Ford Ka e Toyota Etios também deram tchau, refletindo como o consumidor mudou, agora preferindo SUVs e crossovers.
A Renault acompanhou essa mudança, decidindo não trazer a nova geração do Sandero, que foi lançada na Europa em 2020, para o Brasil. Ao invés disso, a marca está investindo em SUVs compactos, como o Renault Kardian, que já é o novo xodó da Renault por aqui.
A Última Volta
O anúncio oficial de que a produção do Sandero chegaria ao fim em 2025 foi como um ponto final em uma história cheia de grandes momentos para a Renault no Brasil. A versão Stepway, a última que sobrou na linha, se despediu, encerrando a jornada de um carro que vendeu mais de 1,5 milhão de unidades por aqui.
Agora, o Sandero se junta a outras relíquias que já não rolam mais no Brasil, como o Chevrolet Corsa, o Ford Fiesta e o Renault Clio. Mas a memória dele continua viva entre os consumidores que sempre valorizaram sua simplicidade, resistência e o valor que oferece.
Considerações Finais
O Renault Sandero foi mais do que apenas um hatch compacto; ele marcou uma fase em que os carros de entrada eram os queridinhos das ruas brasileiras. Durante 17 anos, o torno do carro provou ser confiável, acessível e super versátil, conquistando motoristas de todos os tipos e se adaptando às mudanças que o mercado trouxe.
Seu fim pode ser um momento de nostalgia, mas o Sandero deixa um legado que dificilmente será esquecido. Seu impacto, especialmente com versões memoráveis como o Stepway e o Sandero RS, será sempre celebrado por fãs e antigos proprietários.
Agora, em 2025, a Renault está de olho no futuro, apostando em SUVs e tecnologias mais modernas. Mas para você que viveu os melhores momentos com o Sandero, fica a certeza de que ele sempre terá um cantinho especial na história do mercado automotivo brasileiro.