Tudo Sobre o Volkswagen Logus: Um Ícone Raro dos Anos 90

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O Volkswagen Logus foi um dos modelos mais interessantes lançados pela Volkswagen no Brasil durante a década de 1990. Produzido entre 1993 e 1997, o Logus foi fruto de uma parceria entre a Volkswagen do Brasil e a Ford, como parte do acordo de cooperação entre as duas montadoras, conhecido como Autolatina. Esse modelo, derivado do Ford Verona, trouxe uma proposta única de sedã compacto, com estilo moderno e algumas inovações para a época. No entanto, embora tenha ganhado um bom número de fãs, o Logus não teve uma vida longa no mercado e hoje é visto como um clássico apreciado por entusiastas.

Neste artigo, vamos explorar a história do Volkswagen Logus, suas versões, especificações técnicas, além de avaliar seu impacto no mercado brasileiro e como ele se tornou uma peça de colecionador nos dias atuais.

A História do Volkswagen Logus

Com o início da Autolatina em 1987, a Volkswagen e a Ford passaram a compartilhar tecnologias e até mesmo modelos de veículos. A ideia por trás dessa colaboração era otimizar recursos, reduzindo custos de desenvolvimento e produção. Foi nesse contexto que surgiu o Volkswagen Logus, um modelo com design próprio da Volkswagen, mas com base mecânica e plataforma derivados do Ford Escort e do Verona.

O Logus foi lançado no Brasil em 1993 com uma proposta de sedã compacto, apostando em uma estética mais elegante e um design aerodinâmico que o destacava de outros carros da época. O modelo foi produzido na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, São Paulo, mas trazia características bem distintas para marcar sua identidade Volkswagen.

Design e Estilo

O Volkswagen Logus tinha um estilo inovador para os anos 90, com linhas aerodinâmicas e traços arredondados. Sua frente exibia faróis e grade frontal compactos, enquanto as laterais eram limpas, sem muitos vincos, conferindo ao carro um aspecto sofisticado. A traseira, por sua vez, tinha um toque esportivo, com lanternas que ocupavam toda a largura do porta-malas. Esse visual era complementado por para-choques na cor do carro e, em algumas versões, rodas de liga leve que valorizavam ainda mais o modelo.

Outro ponto que chamava a atenção no Logus era o acabamento interno, mais refinado que a média dos compactos da época. Dependendo da versão, o carro oferecia bancos com tecido de qualidade superior, detalhes em couro e até mesmo ar-condicionado – algo não tão comum em sedãs populares dos anos 90.

Versões e Motorização

O Volkswagen Logus foi oferecido em várias versões ao longo de sua curta trajetória. Vamos conhecer algumas das principais:

  • Volkswagen Logus CL 1.6: Esta era a versão de entrada, equipada com um motor 1.6 litro, ideal para quem procurava um carro mais acessível, mas com o visual diferenciado do Logus.
  • Volkswagen Logus GL 1.8: Essa versão intermediária contava com um motor 1.8, oferecendo mais potência e algumas melhorias no acabamento interno, como bancos com tecidos mais sofisticados e um painel mais completo.
  • Volkswagen Logus GLS 1.8 e 2.0: A versão GLS era a topo de linha e trazia opções com motor 1.8 e 2.0, além de um pacote de equipamentos mais generoso. Essa versão oferecia itens como ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos.

Em relação aos preços, o Volkswagen Logus era considerado competitivo. Se ajustarmos os valores para os dias atuais, um Logus 1.6 de entrada custaria em torno de R$ 30 mil, enquanto as versões mais completas, como a GLS 2.0, teriam preços em torno de R$ 45 mil ou mais, dependendo dos opcionais e da época do lançamento.

O Logus Wolfsburg Edition

Uma das versões mais raras e cobiçadas do Logus é a Wolfsburg Edition, lançada em 1994. Essa edição especial trazia o motor 2.0 e vinha com um acabamento diferenciado, incluindo bancos com revestimento exclusivo, logotipos Wolfsburg, além de rodas e detalhes externos que destacavam essa versão. Hoje em dia, encontrar um Logus Wolfsburg Edition bem conservado é uma tarefa difícil, e ele se tornou um item de desejo entre colecionadores.

Especificações Técnicas

Em termos de especificações técnicas, o Volkswagen Logus se destacava por sua dirigibilidade e conforto. Vamos conferir algumas características técnicas das principais versões:

  • Motor: As opções de motorização incluíam motores 1.6, 1.8 e 2.0, sendo o mais potente deles o 2.0 de 115 cavalos, um valor considerável para a época.
  • Transmissão: Todas as versões contavam com uma transmissão manual de 5 marchas, que oferecia uma experiência de condução bem adaptada para o uso urbano e rodoviário.
  • Dimensões: O Logus tinha 4,28 metros de comprimento, 1,67 metros de largura e um entre-eixos de 2,54 metros, proporcionando um bom espaço interno para um sedã compacto.
  • Suspensão: A suspensão dianteira independente do tipo McPherson e a traseira com barra de torção garantiam um rodar suave, absorvendo bem as irregularidades do asfalto.

Desempenho e Consumo

Com motores variando entre 1.6 e 2.0 litros, o Volkswagen Logus oferecia diferentes níveis de desempenho. A versão 1.6 era mais econômica, ideal para o uso urbano, enquanto a 2.0 entregava mais potência, sendo recomendada para quem procurava uma performance superior em estradas.

O consumo variava de acordo com a motorização. Em média, o Logus 1.6 fazia cerca de 10 km/l na cidade e 13 km/l na estrada, enquanto o 2.0 alcançava 8 km/l na cidade e 12 km/l em trajetos rodoviários. Esses valores são compatíveis com os padrões da época, mas hoje poderiam ser considerados altos em comparação com os modelos mais eficientes disponíveis no mercado.

Problemas e Manutenção

Como qualquer carro da época, o Volkswagen Logus teve alguns problemas que se tornaram conhecidos ao longo dos anos. Entre os principais, estavam:

  • Parte Elétrica: Problemas na parte elétrica eram relativamente comuns, especialmente em versões mais completas, que contavam com mais sistemas eletrônicos.
  • Vazamentos de Óleo: Os motores AP da Volkswagen, embora fossem robustos, também tinham fama de apresentar vazamentos de óleo, o que exigia uma atenção constante do proprietário.
  • Corrosão: Alguns proprietários relataram problemas com corrosão, especialmente em áreas próximas ao porta-malas e nos para-lamas, algo comum em carros produzidos nos anos 90.

Apesar dessas questões, o Logus é considerado um carro de fácil manutenção, já que suas peças são amplamente disponíveis no mercado, e muitos mecânicos estão familiarizados com a mecânica simples e eficiente do modelo.

O Volkswagen Logus no Mercado de Colecionadores

Hoje, o Volkswagen Logus é um carro apreciado por colecionadores e entusiastas de modelos antigos. Embora não seja tão valorizado quanto alguns esportivos clássicos, ele possui um nicho de fãs que apreciam o seu design e sua história. Um Volkswagen Logus GLS 2.0 bem conservado pode ser encontrado em torno de R$ 20 mil a R$ 30 mil no mercado de veículos antigos. Já edições especiais, como a Wolfsburg Edition, podem ultrapassar R$ 40 mil, dependendo do estado de conservação e da originalidade.

Conclusão: Um Clássico que Resiste ao Tempo

O Volkswagen Logus pode não ter sido um dos modelos mais duradouros ou populares da Volkswagen no Brasil, mas certamente marcou a década de 90 com sua proposta única. Ele combina um design que se destacava entre os sedãs compactos da época, um nível de conforto acima da média e a confiabilidade da mecânica Volkswagen. Por tudo isso, o Logus se tornou um modelo de nicho, admirado por colecionadores e por quem viveu a era dos anos 90.

Adquirir um Volkswagen Logus hoje é como entrar em uma viagem no tempo, revivendo um período em que a Volkswagen e a Ford colaboravam intensamente no mercado brasileiro, e onde cada modelo lançado trazia uma personalidade única. Se você é um entusiasta de carros clássicos ou simplesmente busca um sedã com história e estilo, o Logus é uma excelente opção para explorar.

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